Advogada
Jaqueline Mielke Silva falou sobre a importância dos avanços tecnológicos do
notariado para a advocacia em entrevista ao CNB/RS
Com graduação em Direito
pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1991), mestrado em Direito pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1999) e doutorado em Direito pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2005), Jaqueline Mielke Silva em
entrevista ao Colégio Notarial do Brasil – Seção Rio Grande do Sul (CNB/RS)
falou sobre a importância da virtualização dos atos notariais para a advocacia
e da atividade cartorária na desburocratização e desjudicialização dos
serviços.
“A desburocratização e desjudicialização
através do deslocamento da prática de determinados atos para as serventias
extrajudiciais tem sido um verdadeiro sucesso, em termos de eficiência e
agilidade na realização de direitos”, aponta Jaqueline.
Confira a íntegra da entrevista:
CNB/RS
- Qual a importância dos notários para o trabalho da advocacia?
Jaqueline
Mielke Silva - Os notários possuem um papel de
fundamental importância para o exercício da advocacia. E isto se revela tanto
no âmbito preventivo, quanto no auxílio na resolução de conflitos, sempre que
houver consenso entre as partes. Em um judiciário sobrecarregado, com milhares
de processos, o deslocamento de competências para os notários já comprovou
eficiência e agilidade na realização de direitos.
CNB/RS
- Como avalia os avanços tecnológicos do notariado brasileiro?
Jaqueline
Mielke Silva - Os avanços tecnológicos do notariado
brasileiro, além de conferirem maior segurança à prática dos atos notariais,
agilizam a prestação de serviços, tornando dinâmica a atividade notarial. Neste
aspecto, o e-Notariado é uma das grandes conquistas, pois simplifica a prática
dos atos notariais.
CNB/RS
- Qual a importância da atividade notarial para a garantia da segurança jurídica?
Jaqueline
Mielke Silva - Vivemos em um país de terceiro mundo,
com problemas econômicos, que geram inadimplência, e intensa criminalidade.
Neste contexto, a preocupação com segurança jurídica assume um papel relevante.
E os notários são os grandes protagonistas na prática de atos que preservam a
segurança jurídica que a nossa sociedade precisa.
CNB/RS
- Para a advocacia, qual a importância da virtualização dos atos notariais?
Jaqueline
Mielke Silva - A virtualização dos atos notariais é
imprescindível no momento atual que vivenciamos. Com a pandemia, a virtualização
se mostrou como alternativa viável, e muitas vezes única. Todavia,
paralelamente à virtualização, a legislação precisa ser adequada e os
princípios precisam ser repensados. A virtualização dos atos notariais
significa agilidade e dinamização na prestação dos serviços.
CNB/RS
- Qual a importância da atividade cartorária na desburocratização e desjudicialização dos serviços?
Jaqueline
Mielke Silva - A desburocratização e desjudicialização
através do deslocamento da prática de determinados atos para as serventias
extrajudiciais tem sido um verdadeiro sucesso, em termos de eficiência e
agilidade na realização de direitos. Os inventários e arrolamentos, que levam
anos para se resolver no âmbito do Poder Judiciário, em poucos meses estão
concluídos no âmbito das serventias extrajudiciais. O mesmo ocorre com os
divórcio e separações. As atas notariais são outro grande avanço, em muito,
porque evitam a necessidade de ajuizamento de ações de produção antecipada de
provas. Esses são apenas alguns exemplos
de desjudicialização e desburocratização dos serviços, havendo inúmeros outros.
CNB/RS
- Em quais aspectos a realização de atos notariais contribui para o trabalho exercido pela advocacia?
Jaqueline
Mielke Silva - Os aspectos são inúmeros. No âmbito dos tabelionatos de protestos, os
atos praticados são um excelente instrumento para o recebimento de
dívidas. Há projetos de lei tramitando
com a finalidade de deslocar a execução de títulos para essas respectivas
serventias, o que será um grande avanço se aprovado for. Já os tabelionatos de
notas em muito contribuem para a proteção dos terceiros de boa-fé, seja através
do reconhecimento de firma ou da lavratura de instrumentos públicos.
Fonte:
Assessoria de Comunicação – CNB/RS